sexta-feira, 27 de abril de 2012

“Desvenda meus olhos para que eu possa perceber as maravilhas (ocultas) da Tua Torá” (Salmos 119:18).

Desvenda meus olhos é "gal enai" em hebraico, e significa bem mais que descobrir os olhos para ver o mundo da materialidade em que nos encontramos: Tudo no mundo é ilusão e essa ilusão se confunde com as criações de nosso pensamento. O mundo em que vivemos é Malchut e equivale em nosso corpo humano, a nossa "boca". Malchut significa reino. E esse reino é criado a partir de "Yesod" que significa fundação e que se relaciona aos órgãos reprodutivos em nosso corpo. Vocês devem estar pensando: que loucura é essa de nosso mundo Malchut, partir de Yesod e o primeiro equivaler à boca e o segundo aos órgãos reprodutivos em nosso corpo? Vamos voltar à Torá e pensar na forma em que "D-us cria" os céus e a Terra: o texto em hebraico é "Bereshit" que significa criação, e nesse texto, D-us cria o tempo todo o mundo existente. Ele não criou, pois Ele não está preso às 4 dimensões:4 dimensões que nos cercam: e 3 dimensões espaciais (altura, largura, comprimento, ou x, y, e z) e o próprio tempo, como nós estamos. Para D-us só existe a Eternidade e portanto está constantemente existindo todas as coisas. Além disso, na "criação", D-us cria todas as coisas ao "dizer". Pergunto: D-us tem boca?Claro que não! Isso é uma forma de nos fazer entender que foi pela energia da palavra que ele formou o Seu Pensamento. Logo, pela nossa boca reproduzimos aquilo que criamos. Em outras palavras, foi a partir "Yesod" que "Malchut" ( o mundo em que vivemos ) foi criado. Na Torá combinada com o Zohar "Livro de esplendor", escrito em aramaico e um dos livros bases da Cabala que conhecemos hoje, "Yosod" também é "Adam". O Adão, primeiro homem criado por D-us. Pois é a partir de "Adam" que também significa, vermelho e sangue,que as "Sefirot" começam, a partir do que também é conhecido como "A Queda do homem", a se misturar no nosso mundo material, gerando o que chamamos "ilusão". A Torá, ou a sabedoria da Cabalá, é o método que conecta os vasos e as Luzes. Mas, se você não tem o anterior, não pode encontrar a última. E, desta forma, você não pode aprender a Torá, uma vez que “Torá” são as passagens da Luz que se se expandem dentro dos desejos de acordo com a lei da equivalência de forma. No princípio, as nove Sefirot ( que vemos na figura acima ) e a décima, Malchut, não estão conectadas. É por isso que foi dito que no princípio, Adam esteve proibido de comer a fruta da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Com a queda de Adam e a quebra de seus Vasos(Shevirat ha Kelim) , as quatro fases superiores (as nove primeiras Sefirot), caem sobre (dentro de) Malchut. Após a quebra, dois sistemas paralelos dos mundos, Assiya, Yetzira, Beria, e Atzilut são construídos como dois sistemas: altruísta e egoísta. Estes mundos são construídos com base na quebra dos Vasos; é por isso que seu sistema compreende especificamente a alma de um homem. A alma do homem também consiste de Vasos egoístas e altruístas. Um ponto interessante que os observadores astutos verão imediatamente é que a queda de Adam como está escrita na Bíblia não foi nenhum acidente. Era uma necessidade. Sem essa queda, não haveria nenhuma mistura dos atributos do Criador com Malchut, e sem misturara, não haveria nenhuma correção. Correção? Que correção? O Homem é expulso do "Gan Éden" (Jardim do Éden ) que era um mundo perfeito e é atirado em um mundo imperfeito e repleto de caos. A correção a ser feita é trazer a perfeição de volta para nosso mundo. E para isso, é necessário corrigirmos à nós mesmos. Pois nosso mundo é a percepção daquilo que criamos em nossas mentes. Na verdade nós "Somos o Universo" e o "Universo é em nós". Podemos entender D-us ao vermos cada um de nós como uma célula de um organismo que está tentando juntar todo o organismo a ele. D-us é o Todo. Como diz Rav Laitman: "O Criador quer que eu realize a correção do mundo. O mundo é toda a realidade que surge diante de mim. Isso significa que eu tenho que me relacionar com ele nesse sentido e ser incluído no público, nas pessoas, que em seu nível de desenvolvimento também estão exiladas no Egito; mesmo que elas não estejam nos estágios finais, elas estão em estágios muito avançados. As pessoas já estão sentindo que chegaram a um beco sem saída; elas estão sentindo que é o fim do mundo, pois têm encontrado problemas ecológicos, guerras, fome, suicídio, desespero, etc. Este é o “exílio no Egito” para elas, um exílio da prosperidade que conheciam antes e do desamparo". E o que é o "Egito" senão o local onde nos escravizamos? Já é provado que os judeus não eram "escravos" no termo da palavra que conhecemos e sim pessoas que viviam "escravizadas" à hábitos que afastavam suas almas do Todo. Por isso, eles chegaram a cogitar voltar a serem escravos no Egito enquanto atravessavam o "midbar"(deserto). Por que eles não eram acorrentados à correntes que te oprimem a liberdade física, mas sim, ao espírito. No Egito eles não eram livres para fazer escolhas. Eles seguiam o que a sociedade em que viviam ditava através do Faraó. No momento em que eles entram no deserto, eles começam a ter que fazer "escolhas" e isso, dói. E qual o homem que quer sentir dor? Por isso, o movimento de "correção" é doloroso, pois implica a entrar em nosso "deserto". Em nosso mundo interior, onde estamos sozinhos. É lá que temos que fazer a passagem da "escravidão" para "liberdade". Que "escravidão"? Somos escravos de hábitos e costumes que são contrários à Torá que é o caminho da Vida. Da Luz e da correção. Se quisermos ter a verdadeira Vida precisamos atravessar nosso deserto, livrarmos de hábitos que nos afastem do criador e buscar a nossa Re-Conexão com o Todo. Shirlei Amaro Avena Weisz é estudante de cabala em "advanced Level" pelo Instituto Bnei Baruch.

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