domingo, 29 de abril de 2012
Quem são os filhos de Enoch, herdeiros da Cabalá?
Como acontece com muitos outros elementos das tradições religiosas de Israel, a origem do conceito dos B'nei ha’ Elohim ( Filhos de D-us) pode ser buscada nas tradições canaanitas do século XIV a.C., que ficou gravada em placas de argila em escrita cuneiforme.
Segundo esses textos, entre os filhos de D-us figuram Satã/Samael e Lilith — são conhecidos de vários textos da Bíblia Hebraica.
Em Jó 1:6 e 2:1, os Filhos de Deus se apresentam a Iahweh na divina assembléia celestial; mais adiante, em Jó 38:7, vemos que os Filhos de Deus estiveram ao lado de Iahweh na criação do mundo: quando vêem a obra de Deus “rejubilavam os filhos de Deus”. Nos escritos, epopéias e textos rituais da antiga cidade de Ugarit, no litoral sírio, a expressão banu ili ou banu ili-mi ocorre com freqüência.
No panteão caanita, o deus principal é El, cujo nome significa literalmente “D-us”. Ele e sua esposa Acherá são o pai e a mãe dos deuses. A expressão banu ili-mi pode ser traduzida literalmente como “Os Filhos – ou descendentes – de El”. (Além dos textos de Ugarit, já foram encontradas inscrições fenícias dos séculos VIII e VII a.C. mencionando os Filhos de D-us e uma inscrição amonita do século IX a.C. descoberta em Amã, Jordânia; O que prova que o conceito de Filhos de Deus esteve presente nas tradições canaanitas durante um tempo bastante extenso).
O texto massorético (texto hebraico aceito), substituiu a expressão original “filhos de Elohin” por “Filhos de Israel”. Em muitos pontos, a versão grega das escrituras, conhecida como Septuaginta, traduziu a expressão hebraica “b'nei ha’ Elohim” por “aggelon theu”, o que acabou por dar no latim “Angelorum”. A palavra grega “ággelos” significa mensageiro, por isso a palavra “Anjo” passou do latim para as línguas deste derivadas trazendo muito mais acentuada a idéia de mensageiro do que qualquer outro aspecto da personalidade ‘angélica’.
Existem referência aos anjos que executaram o papel de mensageiros (hebr. “Malachim”) tanto nas escrituras hebraicas e árabes, quanto nas cristãs; mas a atividade dos ‘anjos’ nunca se resumiu apenas a isso.
Nos antigos escritos hebraicos, "midrachim", etc. haviam “B'nei ha’ Elohim” para tudo. Por exemplo, haviam anjos para dirigir nações, cuidar do movimento dos astros, transmitir conhecimento aos profetas, guiar os estudantes da Mercabá através dos sete Hehalot, testar os homens através do ciúme, enviar pragas e morte aos infiéis, etc. Por isso, ao invés de interpletar B"nei ha’ Elohim como “mensageiro de Deus”, seria muito mais apropriado traduzir a expressão em sua forma literal: “Filhos de Elohim”.
O livro da Gênese assinala a união fecunda dos B'nei-ha-Elohim com as filhas dos homens. Misterioso casamento do qual nasceu a grande raça dos gibborim, ou dos nephilim,que literalmente é traduzido do hebraico como "os caídos":
«Quando os homens começaram a se multiplicar sobre a face da terra e lhes nasceram filhas, os bene ha’ Elohim viram que as filhas dos homens eram belas e tomaram como mulher todas as que lhes agradaram. E então disse o Senhor: “Meu espírito não terá força (yadon) indefinidamente sobre o homem, pois este na verdade é só carne. E os seus dias serão cento e vinte anos”.[3] Ora, naqueles tempos, os Nefilim habitavam sobre a terra, e também depois, quando os bene ha’ Elohim se uniam às filhas dos homens e estas lhes davam filhos: estes foram os heróis dos tempos antigos, os homens de renome.» (Gênesis 6:1-4)
Este texto provavelmente foi adicionado à Gêneses oriundo de uma antiga versão hebraica do Livro de Enoch como forma de fornecer uma motivação moral à história do dilúvio, derivada de versões mesopotâmicas, como a epopéia de Gilgamesh, nas quais essa motivação inexiste.
Os nefilins podem ser encontrados nos livros apócrifos da época do Segundo Templo, incluindo os Livros de Enoch.
Entre os achados arqueológicos mais importantes nesta área, encontra-se um texto em aramaico, descoberto no inverno de 1896-97 numa genizah de uma comunidade hebraica do Cairo.
Mas antes de prosseguirmos, o que é uma genizah? Tal termo provém do Hebraico: גניזה e significa "Armazenamento". Seu plural é genizot ou genizoth ou genizahsque, e é uma sala de armazenagem ou depósito em uma Sinagoga (ou cemitério), como uma caverna, gruta ou tumba, usada especificamente para os livros em hebraico, e artigos sobre temas religiosos, que foram armazenados lá antes que um Judeu pudesse receber um sepultamento adequado, sendo proibido jogar fora escritos contendo o nome de Deus ( cartas pessoais e até mesmo contratos legais com uma invocação de Deus).
Tal texto encontrado nesta guenisah do Cairo foi publicado pela primeira vez sob o título de Documento de Damasco, em 1910. Em um de seus trechos podemos encontrar o seguinte:
«III – E, agora, ouvi-me, meus filhos, que eu descerrarei os vossos olhos para que possais escolher aquilo que Ele ama e desprezar tudo aquilo que odeia, para poderdes caminhar perfeitamente em todos os Seus caminhos e não errardes seguindo impulsos culposos ou deitando olhares de fornicação. Porque muitos foram os que se desviaram e homens fortes e valorosos aí escorregaram, tanto outrora como hoje. Caminhando com a rebelião nos corações, caíram os próprios guardas dos céus, a tal chegados porque não observavam os mandamentos de Deus, tendo caído também os seus filhos, cuja estatura atingia também a altura dos cedros e cujos corpos se assemelhavam a montanhas. Todo o ser vivo que se encontrava em terra firme, caiu, sim, e morreu, e foram como se não tivessem sido, porque procediam conforme a sua vontade e não observavam os mandamentos do seu Criador, de maneira que a cólera de Deus se inflamou contra eles.»
Esses "guardas do céu" ensinaram muitas coisas para os terrestres, como astronomia, noções de meteorologia, matemática, astrologia, além de outros assuntos.
“...naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade”. (Gênesis 6:4 ).
Flávius Josefus faz uma distinção entre os gigantes e o fruto das relações entre os "Filhos de Deus" e as "filhas dos homens", quando afirma em sua obra:
"... e os grandes da terra, que se haviam casado com as filhas dos descendentes de Caim, produziram uma raça indolente que, pela confiança que depositavam na própria força, se vangloriava de calcar aos pés a justiça e imitava os gigantes de que falam os gregos."
Por ser tão devoto a Deus, muitos crêem que Enoch jamais alcançou a Morte, e foi recompensado por Deus que, aos 365 anos (dias do ano), o levou ao céu, mesmo sem ter falecido . Ao chegar no céu, Enoque foi transformado em anjo, sumo sacerdote do templo celestial, e um dos anjos supremo em toda a hierarquia celestial, para não mencionar o mais alto dos anjos, com 36 asas e olhos 265.000 e Deus passa a chamá-lo de METATRON, que significa "Nome de Deus", não que Metatron seja o nome de Deus, mas sim porque ele falará por Deus. Assim, Enoch conheceu "os segredos da terra e do céu". Após isso, Enoch lançou à terra "pesos e medidas" (ensinamentos e lições) para toda a humanidade.
Metatron tem 78 nomes hebraicos, todos baseados no nome de Deus (El). Alguns desses nomes são: Tatnadi`el, Apap´el, Zebuli´el e Sopri´el.
Nos Manuscritos do Mar Morto, revelando os livros apócrifos de Enoch removidos da Bíblia pelos líderes religiosos, Enoch descreve uma maravilhosa civilização no passado que usou mal as chaves do mais elevado conhecimento e foi incapaz de se salvar do último cataclismo. Figurativa e literalmente eles perderam "as chaves" e todo o alto conhecimento. E ainda, Enoch, ao longo de muitas tradições, mesmo a lenda Maia de Quetzacoatal, promete um retorno deste conhecimento no "Fim do Tempo", o fim do presente ciclo.
Tal "conhecimento" é a Cabalá. Estamos hoje no final do presente ciclo. E somos todos descendentes de Enoch. A verdade é que o mundo perdido pode ser encontrado nas Lendas de "Atlântida", "Lemúria", "Mu" e "Rama".
Esses antigos continentes foram destruídos por um grande cataclismo. Esse cataclismo destruiu os "Nephilim", entretanto, assim como na Lenda de Noach e de Gigalmesh, não destruiu a humanidade.
A descendência de Enoch sobrevive ao dilúvio através dos escolhidos por D-us para se salvar deste em uma "Arca".
Nós somos os b'nei ha’ Elohim, "Filhos de D-us" e escolhidos para trazer a Luz ao mundo através das "Sefirot" que estão presentes em nossa alma que é a nossa ligação com D-us.
Somos os filhos de Enoch, descendentes de Noach e Avraham e fomos escolhidos por D-us para no final dos tempos, trazer de volta ao mundo "as chaves do conhecimento" que estão presentes na Cabalá.
Muitos tentaram nos afastar desse "segredo" sobre a alegação que este só poderia pertencer à poucos escolhidos. O interessante é que esses "escolhidos" se auto-denominaram dessa forma.
D-us, através de nosso Pai Enoch foi claro: promete um retorno deste conhecimento no "Fim do Tempo", o fim do presente ciclo. E tal retorno deve vir através de seus filhos e não apenas de parte deles.
O conhecimento Enochiano sugere que mudanças cataclísmicas atuam regularmente como um agente evolucionário provocador, para apressar as formas de vida residentes na próxima fase evolutiva. A evolução humana pode continuar mais rapidamente do que se pensava anteriormente.
Resumindo: “queda dos anjos” representa, ante tudo, um símbolo do descenso das influências espirituais no seio da própria vida e da natureza humana.
Certos anjos caíram acesos pelo amor que professavam às filhas dos homens às quais, diz-se, “encontraram formosas e belas”. De seu casamento, nasceram seres semidivinos (os antepassados míticos), que revelaram aos homens as ciências e as artes teúrgicas, mágicas e naturais, ou seja, todas aquelas disciplinas que, como já sabemos, integram os textos sagrados e que estão contidas na "chave" que é a Cabalá.
A Cabalá que significa receber em hebraico, tem a capacidade de nos fazer ascender de volta ao mundo original que como já vimos é "Keter".
Para isso, precisamos dar o primeiro passo. Saber quem somos e de onde viemos. Entender que precisamos "restringir" o nosso Ego para conseguirmos "compartilhar".
Isso tudo será melhor explicado, mais à frente.
Shirlei Amaro Avena Weisz é estudante de cabalah em advanced level pelo instituto B'nei Baruch.
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